A cidade de Picos vem sofrendo nas últimas semanas com muitas queimadas em alguns locais, principalmente nos lixões do município, atualmente um dos mais atingidos é o localizado no povoado Valparaíso.
Nesta terça-feira (20), o promotor da Sétima Promotoria de Justiça do Ministério Público, Paulo Maurício Gusmão, falou a respeito dos acontecimentos e as alternativas que estão sendo estudadas para tentar resolver os incêndios no local.
“A gente espera que a gente consiga sensibilizar o município de Picos quanto essa questão dos lixões, de a gente conseguir regularizar a situação de Valparaíso, seja regularizando a situação de lá ou seja vendo outras alternativas de a gente conseguir um outro local para que seja realizado, de fato, o que a lei de política nacional de resíduos sólidos determina, aterros sanitários e com a coleta seletiva”, disse.
O promotor explicou sobre as medidas que foram solicitadas na semana passada ao município para que fossem realizadas novas formas de lidar com essa situação. De acordo com ele, algumas ações foram tomadas, mas que o problema não está solucionado.
“De certa parte, eles tomaram providências para tentar fazer cessar a fumaça. Ainda ontem à tarde eu estive lá de novo no lixão, lá no aterro controlado e verifiquei que, de fato, 90% da fumaça cedeu, só que ainda há fumaça e, eventualmente, há resquício de fogo, porque como o material fica muito abaixo da superfície, com material plástico, esses resíduos não deviam nem estar lá, eventualmente ainda há alguma fumaça, e a população que estava lá me comentou que ainda a noite sentia a fumaça”, relatou.
Paulo Gusmão também informou quais são as ações que o MP pode vir a fazer se não houver o cumprimento dessas normas à respeito da retirada do lixão.
“A gente expediu uma recomendação para que cessasse essa fumaça inicialmente, quanto a questão da regularização do lixão, existem duas ações judiciais em curso na justiça que tratam desse tema, inclusive um que está pendente de uma perícia, essa ação principal de 2019, então assim, foi determinado uma perícia e até o momento não foi feita. Só a perícia vai dizer se ainda pode ser mantido o lixão lá transformado em um aterro sanitário ou se na verdade tem que se interditar o Valparaíso”, contou.
Dom Plínio, bispo da cidade de Picos, também comentou sobre a importância de combater essas queimadas no Valparaíso, e como a fumaça é prejudicial para a população do local.
“Eu já acompanho esse problema do lixão, a gente sente o sofrimento do povo, e ser impactado por uma situação muito difícil, que é a questão da fumaça, porque a fumaça perturba, prejudica a saúde, ela causa várias consequências”, apontou.
O Ministério Público já vem acompanhando essas situações há alguns anos, existem dois processos de acompanhamento relativo aos catadores e também sobre o Valparaíso, além de também duas ações judiciais propostas pelo ministério para tentar resolver a situação das queimadas nesse local.
Fonte: PortalGrandePicos