A mudança nas políticas públicas de educação superior no Brasil produziram a primeira boa notícia para o ensino superior: a cidade de Floriano terá curso de Medicina implantado pela Universidade Federal do Piauí. A implantação só poderá ocorrer com o fim da vigência da portaria do MEC, que vedava por cinco anos a partir de 2018, a autorização de novos cursos para a formação de médicos no Brasil.
Como a portaria vai expirar em abril, os trabalhos para a implantação serão retomados imediatamente. A Universidade Federal do Piauí, no entando, busca recursos para garantir a estrutura necessária à criação do novo curso no Campus Amílcar Ferreira Sobral (CAFS) e o apoio da bancada federal do estado. O deputado federal Francisco Costa (PT) teve encontro com o reitor, Gildásio Guedes, e o vice, Viriato Campelo, para discutir as demandas da instituição.
“Assumimos aqui o compromisso de, em um prazo rápido, finalizar a proposta do curso para apresentar ao deputado Francisco Costa para que ele possa iniciar seu trabalho de apoio a essa importande demanda para Floriano e região”, declara Campelo. Costa afirma que há interesse por parte da nova secretária de Educação Superior, Denise Pires de Carvalho, com quem ele teve uma reunião. “Vamos abraçar esse projeto para ser um parceiro da Universidade Federal do Piauí, não só para implantação do curso de medicina, mas também colocando à disposição para várias outras pautas que possam engrandecer e qualificar a educação superior do estado do Piauí”,anuncia o parlamentar.
Segundo o reitor, a criação do curso irá ” expandir o atendimento do SUS, entregar um atendimento de qualidade com esse intercâmbio entre universidade, estado, município e região”. Em 2020, Brasil registrava o número de 2,38 médicos para cada mil habitantes. A proibição de abertura de novos cursos no país foi assinada durante o governo de Michel Temer, pelo então ministro José Mendonça Filho, e mantida pelos sucessores, durante o governo de Jair Bolsonaro, apesar da pandemia de Covid19 ter exposto a necessidade de mais profissionais de saúde.
Além da demanda da sociedade, a proibição dos cursos também trouxe impactos para a cadeia produtiva da saúde. Segundo dados da Associação Brasileira de Mantenedoras de Faculdades (Abrafi), que tentou derrubar a portaria do governo Bolsonaro, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), apontam que, com a abertura de 20 mil novas vagas em cursos de Medicina, somente nas universidades particulares, iria gerar empregos para 3,6 mil docentes e 1,8 mil técnicos, além de 64,8 mil novas vagas para futuros médicos somente nos primeiros anos de funcionamento.
Fonte: UFPI