Os advogados Juarez Chaves de Azevedo Júnior e Flávio Almeida Martins, além da professora Lucile de Souza Moura, foram soltos na tarde desta sexta-feira (24), em Teresina (PI). Eles haviam sido presos temporariamente na Operação Vice-Cônsul, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí na última quarta-feira (22).

A Diretoria Especializada em Operações Policiais (Deop) decidiu pela liberação dos investigados após concluir que as prisões não eram mais necessárias para as investigações.
“Deliberamos pela soltura dos investigados, por entendermos não ser mais imprescindível às investigações”, informou o alvará de soltura assinado pelo delegado Tales Gomes.
Entenda o caso
As prisões temporárias foram realizadas como parte de uma investigação que apura o uso de denúncias falsas e dossiês forjados supostamente criados para pressionar magistrados e influenciar decisões judiciais em processos agrários.
De acordo com a polícia, os advogados teriam encaminhado denúncias ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra juízes, e depois retiravam as acusações. Além disso, os investigados também teriam compartilhado os dossiês em grupos de WhatsApp com advogados e jornalistas, o que a investigação considera uma forma de intimidação.
A professora Lucile Moura foi presa por ter compartilhado um dos materiais que fazem parte do inquérito. Segundo o delegado Tales Gomes, os documentos eram usados para reforçar as denúncias falsas.
Histórico dos investigados
O advogado Juarez Chaves já havia sido alvo de outras operações, incluindo uma da Polícia Federal, que cumpriu mandados contra o desembargador José James Gomes Pereira, suspeito de envolvimento no mesmo esquema.
Durante a ação da PF, Juarez teve restrições cautelares, como a proibição de entrar no Tribunal de Justiça do Piauí e de manter contato com outros investigados.
A defesa do desembargador José James nega qualquer envolvimento, afirmando que ele “nunca solicitou, autorizou ou compactuou com práticas contrárias à legalidade e à moralidade”.
A defesa de Juarez Chaves Júnior declarou que a prisão temporária já cumpriu sua finalidade e que o advogado colaborou com as investigações.
“A medida foi devidamente cumprida, com a apreensão do celular e oitiva do investigado. Agora, aguardamos o restabelecimento completo da liberdade do advogado”, afirmou em nota.
Já Lucile Moura divulgou um comunicado em que nega qualquer tentativa de coagir magistrados e explica que compartilhou o material de forma despretensiosa, sem saber de sua origem.
“Jamais desrespeitei ou tentei atingir qualquer Poder. Compartilhei o arquivo sem má-fé e reconheço que, pelo cargo que ocupava, deveria ter sido mais cautelosa”, afirmou.
Ela conclui dizendo acreditar que “a verdade será esclarecida e reconhecida pelas autoridades competentes”.
Fonte: Meio News



