Com a entrada em vigor das novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros prevista para esta sexta-feira, o governo Lula encara uma semana decisiva, ainda sem avanços significativos nas negociações com Washington. Diante do impasse, a estratégia imediata tem sido a elaboração de um plano de contingência para reduzir os impactos econômicos.
Segundo assessores do presidente, os próximos dias devem ser focados no fechamento desse plano, embora nenhuma reunião esteja agendada para esta segunda-feira. Também não há previsão de um contato direto entre Lula e Donald Trump por parte do Palácio do Planalto.
Apesar de uma conversa recente entre Alckmin e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o governo brasileiro ainda não estabeleceu um canal direto com a gestão Trump. Nos próximos dias, Lula deve receber o plano final de resposta, que prevê crédito subsidiado, compras públicas e um fundo temporário para apoiar empresas afetadas.
A expectativa é que Lula aprove o plano até sexta-feira, e que o grupo liderado por Alckmin passe a atualizar semanalmente o setor empresarial. Na quarta-feira, Haddad afirmou que o pacote está em avaliação política e culpou aliados de Bolsonaro, como Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, por dificultarem o diálogo com os EUA.
O governo brasileiro denunciou à OMC que as tarifas dos EUA violam sua soberania econômica e política. O Itamaraty acompanha o caso e deve apresentar um panorama diplomático ainda nesta semana. Nos bastidores, o plano de contingência prioriza a preservação de empregos e o apoio financeiro a setores mais afetados, com medidas como:
- Linhas de crédito com juros subsidiados;
- Compras públicas para absorver estoques que não puderem ser redirecionados;
- Utilização de um fundo privado temporário de apoio emergencial;
- Exigência de contrapartidas sociais, como preservação de empregos
Mais de 10 mil empresas brasileiras devem ser impactadas pelas novas tarifas, especialmente pequenos exportadores de produtos industrializados, agrícolas e minerais. Segundo a Bloomberg, os EUA preparam uma justificativa legal para a medida, que ainda não é definitiva.
Fonte: Meio News