A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (14), uma lei que declara as obras do poeta, compositor, cineasta e jornalista piauiense Torquato Neto como patrimônio cultural imaterial do Brasil.
O projeto é de autoria do deputado Flávio Nogueira (PT-PI). Segundo o parlamentar, a lei contribuirá para a preservação e visibilidade das obras do artista.
“A aprovação da matéria é um reconhecimento ao talento e à relevância deste grande artista piauiense”, afirmou Flávio Nogueira nas redes sociais.
Agora, a lei segue para o Senado.
História
Poeta, ator, letrista, compositor, jornalista e cineasta, Torquato Pereira de Araújo Neto nasceu em Teresina, no dia 9 de novembro de 1944. Desde muito jovem, revelava uma habilidade incomum para a poesia. Filho de uma professora e de um defensor público, viveu na capital do Piauí até a adolescência, quando pediu aos pais para estudar fora.
O “Anjo Torto” foi um dos principais nomes do movimento Tropicália, que agitou culturalmente o Brasil durante os anos 1960. Entre os parceiros do piauiense, esteve Gal Costa, Chico Buarque, Caetano Veloso, Edu Lobo e Gilberto Gil.
Os últimos anos de vida do poeta foram marcados por internações em clínicas de repouso e problemas na vida pessoal. Ele morreu no dia seguinte ao aniversário de 28 anos, no apartamento onde vivia com a mulher Ana e o único filho, Thiago. O poeta de ideias revolucionárias partia. Ficava o legado que inspira gerações até hoje.
O primo e curador da obra deixada por Torquato, George Mendes contou que a partida do poeta impactou diretamente nele, que era uma criança quando Torquato morreu, aos 28 anos. Após receber em 2007 o acervo cultural deixado pelo primo, George cuida do material.
“Além de me encantar com a poética do Torquato, eu passei a querer entender e a me aproximar mais dele, e por conta disso eu passei também a estudar até para compreender melhor o Torquato”, contou o primo.
Fonte: G1