O ano de 2025 foi considerado significativo para o programa Minha Casa, Minha Vida no Piauí. De acordo com a Caixa Econômica Federal, entre janeiro e setembro de 2025 foram efetivados 8.020 contratos pelo programa, com recursos do FGTS, OGU, FDS e FAR, totalizando um investimento de R$ 1,046 bilhão.
Com a alta demanda e a agilidade na apresentação de projetos, o estado conseguiu receber recursos que inicialmente seriam destinados a outras unidades da federação, ampliando o número de contratações.

“Minha Casa Minha Vida foi um outro ganho significativo. A gente contratou mais do que estava previsto, tanto na zona rural, que a habitação do faixa um, quanto na zona urbana, ultrapassando todos os limites orçamentário iniciais. Isso muito em função de que a gente tinha um projeto já analisado, um projeto muito bom, com localização excelente e o próprio Ministério das Cidades terminou remanejando recursos de outras unidades da federação para o Piauí para viabilizar a contratação desses projetos. Tanto é que na zona rural a gente tinha um orçamento para 855 e passamos de 4 mil unidades contratadas. Então veja que o privilégio de ter projetos bons projetos, já bem elaborados, a gente ganhou na análise e consequentemente viabilizou a contratação utilizando recursos de outras unidades da federação que não tiveram a mesma velocidade que a nossa. Da mesma forma foi no faixa um a gente contratou mais do que o objetivo inicial”, afirma Francisco Elizomar, superintendente da Caixa no Piauí.
O programa Minha Casa, Minha Vida foi criado em março de 2009 com o objetivo de oferecer crédito imobiliário a famílias de baixa renda. Após um período de inatividade, a iniciativa foi retomada em 2023, durante o governo Lula. Segundo a vice-presidente de Habitação da Caixa, Inês Magalhães, a retomada do programa também proporcionou, nos últimos anos, a redução das taxas de juros nas regiões Norte e Nordeste.

“Nós retomamos, foi recriado o Ministério das Cidades, e retomamos o Minha casa Minha Vida para faixa um com recursos da União que são destinadas à família em situação extrema vulnerabilidade, então isso é uma questão muito importante. Mas um tema muito importante também foi a atender essas famílias no financiamento e para isso aqui na região Norte e Nordeste nós tivemos uma redução da taxa de juros, menor do que nos outros estados, tivemos um aumento de subsídio e também a criação de um programa que a gente chama de Minha Casa Minha Vida Cidades que é a possibilidade dos estados e municípios aportarem um recurso que melhore a possibilidade da família acender a um financiamento”, explica.
Segundo Inês Magalhães, a maior dificuldade das famílias é ter uma poupança prévia para dar entrada na casa.

“E esses recursos ajudam que ela consiga dar entrada nessa moradia e depois a prestação tem uma equivalência às vezes até menor do que a do aluguel que elas hoje pagam. Então acho que essas são coisas que foram muito significativas. Acho que tem uns aspectos dos projetos deles serem menores e mais próximos enfim a gente, no relançamento, repassou os vários aspectos que o programa tem”, ressalta.
Piauí tem crescimento na Faixa 1
Um levantamento da Caixa apontou que, no Piauí, a Faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida foi a que mais contemplou famílias. Essa faixa é destinada à população de baixa renda, com o objetivo de facilitar a aquisição do primeiro imóvel por meio de condições de financiamento diferenciadas e altos subsídios do governo federal.
Ao todo, foram 6.634 unidades financiadas, sendo 3.103 com recursos do FGTS e 3.531 com recursos do OGU (Orçamento Geral da União), FDS (Fundo de Desenvolvimento Social) e FAR (Fundo de Arrendamento Residencial). Para a habitação rural, o programa é destinado a famílias com renda anual bruta de até R$ 40 mil.
“A política pública de habitação ela tem o poder de trabalhar duas dimensões importantes. Uma é a dimensão econômica a construção civil é uma indústria que gera muito emprego e responde muito rapidamente ao aporte de recurso. Mas a mais importante é porque a habitação ela é uma política pública que propicia uma melhoria em vários aspectos da vida da família, uma moradia digna ela melhora as questões de saúde, você diminui as doenças de origem hídrica, a questão respiratória, você melhora a educação porque se a família tem uma moradia adequada a criança tem como estudar. A pandemia foi um momento onde isso ficou muito evidente além de outras questões que também tem a influência uma melhora se a criança tem acesso a uma moradia digna. Então essa é uma questão bem importante pra nós”, afirma Inês Magalhães.
Projeção de mais moradias em 2026
O superintendente da Caixa no Piauí, Francisco Elizomar, avalia que 2026 será um ano positivo para quem deseja conquistar o sonho da casa própria. No fim de 2025, foi assinado o projeto Minha Casa, Minha Vida FAR, com 192 unidades habitacionais no bairro Angelim. Há ainda a projeção de construções no Centro de Teresina, como parte do projeto de revitalização da área central. A expectativa é que os investimentos na capital cheguem a R$ 3 bilhões.
“2026 vai ser um ano que a gente vai consolidar tudo que vem construindo. Nós fizemos um levantamento rápido com algumas construtoras, escritórios de projeto para Teresina e só Teresina a gente tem uma projeção de lançamentos de empreendimento no ano que vem na casa de R$ 3 bilhões, só voltado para habitação em Teresina. Então você tem vários empreendimentos zona Norte, zona Leste, zona Sul, zona Sudeste, todas as áreas, casas, apartamentos, tem empreendimentos no Centro, dentro do projeto de revitalização do Centro, empreendimentos tanto do ponto de vista social como também do ponto de vista de mercado.
Ele acrescenta que tem valores para todas as faixas de renda.
“Tem apartamentos, casa de condomínio de R$ 3 milhões, como também tem apartamento de R$ 180 mil, casa de R$ 200 mil, R$ 240 mil uma variedade enorme. Então as pessoas que têm como objetivo em 2026 conquistar o sonho da casa própria vai ter uma oportunidade muito grande porque vai ter oferta e isso vai fazer muita diferença. Consequentemente gerando emprego, renda e vai movimentar toda a economia, não só de Teresina, como também do estado”, encerra o superintendente.
Com balanço positivo em 2025, a projeção é de que, em 2026, novos desafios se apresentem, especialmente para municípios e estados, quanto à ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida. Um dos pontos destacados por Inês Magalhães diz respeito às Zonas Especiais de Interesse Social (Zeis), áreas definidas pelos Planos Diretores Municipais e destinadas prioritariamente à produção de Habitação de Interesse Social (HIS) para a população de baixa renda.
“Há um desafio do ponto de vista dos municípios que é justamente trabalhar essa demanda antes. Ter um planejamento do solo que preveja áreas de habitação de interesse social em áreas apropriadas, então que a gente tenha o que a gente chama zeis, que são zonas especiais inseridas na área urbana para que a gente consiga fazer a moradia dentro de uma área onde toda a infraestrutura já seja garantida. Do ponto de vista dos construtores, acho que o tema da industrialização da melhoria dos projetos é um desafio permanente”, finaliza.
Fonte: Cidade Verde


