A defesa de Lucélia Maria, de 52 anos, deve solicitar até R$ 1 milhão em danos materiais e morais, além da extinção do processo contra ela. Lucélia ficou presa injustamente durante cinco meses sob suspeita de envenenar duas crianças com frutas e ainda teve a casa e o bens incendiados pelos vizinhos. Ela foi solta depois que os autores do envenenamento foram presos, no mês passado.
O advogado de Lucélia, Sammai Cavalcante, explicou que nesse momento a Lucélia ainda se mantém sobre acusação. Com isso, a defesa requer que o julgamento seja antecipado, destituindo a necessidade de produção de prova testemunhal, visto que os verdadeiros culpados estão sob apuração da Polícia Civil do estado. Maria dos Aflitos e o marido, Francisco de Assis, estão presos sob suspeita de serem os autores do caso de envenenamento no litoral do Piauí, que chocou o país.
“Já foi apurado em outro procedimento policial quem realmente são os verdadeiros culpados, e realmente eu não vejo mais necessidade na produção de prova testemunhal em audiência. Sendo descartada essa audiência, passa-se direto para as alegações finais e após a sentença deve resultar em decreto absolutório, em uma sentença que absorverá a senhora Lucélia de qualquer acusação de cunho criminal”, detalhou o advogado ao A10+.
Com a sentença transitada em julgado, a defesa, então, entrará com ações civis e indenizatórias. De acordo com o representante de Lucélia, essas ações são processadas em varas cíveis.
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“Nós partimos primeiro do dano material que orbita entre 250 e 300 mil reais. Isso em referência à casa, aos objetos que guarneciam esse imóvel e coisas desse tipo fogão, geladeira, televisores, toda a situação de utensílios doméstico da senhora Lucélia. E isso aí será crescido ainda do dano moral, porque é um sofrimento de cunho subjetivo, ele está no subjetivismo da pessoa. E só a Dona Lucélia pode mensurar o que ela sofreu. Baseados em decisões judiciais e casos semelhantes, nós devemos acertar esse valor podendo chegar na casa de R$ 1 milhão”, destacou.
A justiça determinou a soltura de Lucélia Maria da Conceição, em 13 de janeiro, após a divulgação de um laudo que descartou veneno nos cajus que foram consumidos pelas crianças. O caso ganhou uma grande reviravolta e a mulher, que estava presa desde agosto de 2024, vai ser inocentada.
Reviravolta
Na época o laudo confirmou que “não foram detectadas substâncias de interesse toxicológico“ nas amostras analisadas pela perícia.
O caso de homicídios em série por envenenamento de membros de uma mesma família deixou oito mortes, em cinco meses, que segundo as investigações, premeditadas por duas pessoas: a matriarca e o padrasto das vítimas, que encontram-se presos. As informações foram divulgadas pelo delegado Abimael Silva em entrevista ao Domingo Espetacular, da RECORD.
No processo repleto de nuances e reviravoltas, um novo fato se destacou: a morte de Maria Jocilene da Silva, 41 anos, que mantinha um relacionamento extraconjugal com dona Maria dos Aflitos. Segundo o delegado Abimael Silva, a idosa relatou em interrogatório que tinha a intenção de que a culpa sobre todos os casos fosse direcionada para a última vítima, o que livraria Francisco de Assis da prisão.
Fonte: Portal A10+