O secretário estadual de justiça do Piauí Cel. Carlos Augusto, afirmou ao programa de TV O Dia News, da O Dia TV, que os presídios do Estado tiveram que se readequar a novas metodologias de controle e administração interna após o surgimento das facções criminosas.
Conforme o gestor, a ascensão dessas organizações ilícitas, a exemplo do PCC, Bonde dos 40 e Comando Vermelho, ocasionou a necessidade de novos protocolos no sistema penitenciário piauiense. O impacto disso afetou principalmente, segundo ele, o dia a dia dos que servidores estaduais.
Ele impacta primeiro no dia a dia dos profissionais que fazem a segurança dentro de cada presídio. Isso trouxe uma necessidade. Temos um protocolo rígido de segurança mesmo dentro do presídio. Presos que se dizem de PCC, por exemplo, não ficam no mesmo local que pessoas do Bonde dos 40 ou Comando Vermelho
Um exemplo citado pelo secretário foi o de separar os detentos faccionados em banhos de sol e outras atividades para evitar, assim, possíveis rebeliões e execuções nas unidades prisionais.
Questionado se os policiais penais precisariam de algum tipo de autorização dos membros de facção criminosa para que pudessem exercer seu trabalho, o Cel. Carlos Augusto negou. Ele, inclusive, convidou a todos para que conhecem as unidades prisionais no Piauí.
“Com certeza que não. Garanto-lhe isso e a toda sociedade piauiense e os convido, inclusive, para visitar as nossas unidades. Abrimos o sistema penitenciário para as faculdades, para a sociedade civil organizada e principalmente para acompanhamento espiritual”, diz o gestor.
Classificação de presos por risco
Na ocasião, o gestor estadual informou que o Governo do Piauí planeja segregar os presos do sistema penitenciário por classificação de risco para a sociedade. A expectativa, segundo o ele, é que o mecanismo será implementado no Piauí entre os meses de julho a agosto de 2024, após a construção do presídio de Buriti dos Lopes.
Os presos serão classificados pelo ato criminoso que cometeram, sejam de homicídio doloso, estupro, crimes hediondos, crimes de baixa, média e alta complexidade, por exemplo. Outro agravante para o preso ser inserido na classificação de risco será a participação, ou não, em facções criminosas.
“Para que isso seja implementado será necessário que todas as nossas unidades tenham as mesmas condições. Por exemplo, estamos reformando a Penitenciária Irmão Guido. Ela, sim, terá as condições de dar as mesmas estruturas que dá a José Ribamar Leite, antiga Casa de Custódia”, relatou.
Segundo o secretário, hoje os presos são classificados nas próprias unidades prisionais, para que os membros de facções não se misturem e não promovam rebeliões. A classificação dos presos por nível de risco será implementado de maneira uniforme em todos os presídios do Piauí.
“Nós iremos classificar os presos no Piauí por risco e teremos unidades realmente de trabalho. Serão unidades onde as pessoas condenadas, restritos só da liberdade, mas que terão a condição de trabalhar”, finalizou.
Fonte: O Dia | Fotos: Assis Fernandes