O ministro Kassio Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), que está presa desde o dia 3 de abril. A parlamentar é investigada por suspeita de participação em facção criminosa, além de suposto envolvimento com compra de votos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A defesa da vereadora pediu a revogação da prisão preventiva, propondo que ela respondesse ao processo em liberdade, com o uso de medidas cautelares. No entanto, o pedido foi negado pelo ministro.
CELULAR E TABLET EM ‘CELA’
Na manhã desta terça-feira (20), durante uma vistoria de rotina no local onde Tatiana está detida – a Sala de Estado-Maior do quartel, agentes encontraram um celular e um tablet. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí confirmou que os aparelhos estavam com a vereadora e que ela afirmou ter recebido os itens de um de seus advogados.
A Sala de Estado-Maior é um espaço reservado para presos com prerrogativas especiais, como advogados, autoridades e pessoas com foro por função.
Tatiana Medeiros foi presa na segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal, e, no dia 13 de maio, foi denunciada à Justiça pelos crimes de corrupção eleitoral e organização criminosa. Ela também foi afastada do cargo de vereadora pela Justiça Eleitoral do Piauí.
Segundo a Polícia Federal, há indícios de que a campanha que elegeu Tatiana em 2024 foi financiada com dinheiro de uma facção criminosa e por meio do desvio de recursos de uma ONG. As investigações começaram após o fim das eleições do ano passado.
Tatiana ainda não perdeu o mandato oficialmente. De acordo com o procurador-geral da Câmara Municipal de Teresina, Pedro Rycardo Couto, a cassação só pode ocorrer após uma condenação definitiva, sem possibilidade de recurso.
O diretório municipal do PSB informou, por meio de nota, que aguarda acesso às investigações para tomar as medidas cabíveis. Já a defesa da vereadora afirma que só poderá se pronunciar de forma completa após ter acesso total ao inquérito. O advogado Édson Araújo classificou a prisão como arbitrária e disse que Tatiana não preenche os critérios legais para estar detida. Tatiana foi eleita em 2024 para seu primeiro mandato na Câmara Municipal de Teresina, com 2.925 votos.
Fonte: Meio News