Produtores rurais de Monsenhor Hipólito e municípios vizinhos estão enfrentando uma severa infestação de mosca-branca que tem comprometido plantações inteiras de caju. A praga, que ataca as folhas e enfraquece as árvores, já provocou perdas de até 80% da safra deste ano na região.
A paisagem das plantações mudou drasticamente: o verde deu lugar a uma coloração prateada, um sinal claro de que os cajueiros estão sendo consumidos pelo inseto. Em uma propriedade de Monsenhor Hipólito, o agricultor José Amadeu do Nascimento contabiliza o grande prejuízo.
“Apareceu de uma noite para outra essa mosca, e foi rápido demais, alastrou o cajueiro todo. A safra foi muito pouca, perdi cerca de 80%. Fico preocupado porque vivo do caju, mas para mim [a safra] perdeu. Se não chegar o inverno logo, já era”, lamenta o produtor.
Outro agricultor, Jorão Gregório de Brito, teme que o problema se agrave e comprometa as próximas colheitas. “Pode afetar a safra futura, porque a praga é muito ofensiva. Vai chegando em outras roças e, daqui a seis meses, talvez esteja prejudicado todo mundo”, relatou.
Entenda
A mosca-branca do cajueiro deposita ovos na parte inferior das folhas. As larvas sugam a seiva da planta e liberam uma substância açucarada que favorece o surgimento de fungos, o que pode levar à morte dos cajueiros.
Segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), fatores climáticos, como o longo período de estiagem e a baixa umidade, criaram condições ideais para a rápida multiplicação do inseto.
“No momento, a região vive um estresse hídrico, um período sem chuvas que debilitou parte das plantas e facilitou o ciclo da praga”, explicou Ozael Valério, gerente de defesa vegetal da Adapi.
Uma das medidas testadas vem sendo o uso de uma solução caseira desenvolvida pela Embrapa Meio-Norte, à base de óleo vegetal, detergente e água, considerada uma opção menos agressiva ao meio ambiente.
“A receita leva 200 ml de óleo vegetal, 50 ml de detergente e 10 litros de água. A mistura deve ser pulverizada pela manhã, a cada sete dias, até a eliminação da praga”, orienta Glauco de Sousa Moura, fiscal agropecuário da Adapi.
Fonte: Portal Clube News