Uma operação realizada nesta terça-feira (16) resgatou 23 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão na atividade de catação de raízes em uma fazenda de soja, no município de Palmeira do Piauí. A ação foi coordenada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Com este caso, o Piauí encerra o ano com um total de 28 trabalhadores libertados desse tipo de exploração.

Durante a fiscalização, as equipes encontraram alojamentos insalubres, sem higiene mínima, e frentes de trabalho precárias. Os trabalhadores dormiam amontoados em colchões sem lençóis, não tinham acesso a banheiros e realizavam as refeições dentro de um ônibus por falta de espaço adequado.
Além disso, cumpriam jornadas exaustivas, de domingo a domingo, sem descanso semanal, e recebiam apenas por produção, o que aumentava a vulnerabilidade do grupo. Nenhum deles utilizava Equipamento de Proteção Individual (EPI).

De acordo com o auditor fiscal do trabalho Robson Waldeck, alguns homens estavam nessas condições há mais de quatro meses. Foram lavrados autos de infração e emitidas as guias do seguro-desemprego para as vítimas.
Acordo e indenizações
O empregador foi identificado e firmou acordo com o MPT para o pagamento de salários e verbas rescisórias, que somam R$ 62 mil, além de garantir o transporte dos trabalhadores para seus locais de origem. O proprietário também pagará R$ 30 mil por danos morais individuais e R$ 5 mil por dano moral coletivo.
Como denunciar
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma sigilosa ou anônima pelo site do MPT ou pelo WhatsApp (86) 99544-7488. Também é possível registrar a queixa presencialmente nas unidades do órgão em Teresina, Picos e Bom Jesus.
Fonte: Portal Clube News


