A pecuária piauiense atravessa um período de mudanças estruturais impulsionado pela ampliação do acesso à inseminação artificial e ao melhoramento genético. Um dos principais vetores dessa transformação é o programa Piauí + Genética, que vem aproximando pequenos e médios produtores de tecnologias antes restritas a grandes propriedades.
Atualmente, a iniciativa alcança 103 municípios do estado e beneficia diretamente mais de 1.100 pecuaristas. Para 2026, o projeto entra em uma nova etapa de expansão, com investimento previsto acima de R$ 6,5 milhões e meta de inseminar aproximadamente 100 mil animais.

Com a ampliação, o programa deve adquirir cerca de 35 mil doses de sêmen e expandir o atendimento territorial, acompanhando o crescimento da procura por parte dos produtores. Desde a implantação, mais de 26 mil animais já passaram por inseminação artificial, com índices de prenhez entre 49% e 52%, considerados positivos para o estágio atual do projeto.
Entre 2024 e 2025, a primeira fase recebeu investimentos superiores a R$ 3,3 milhões, voltados à aquisição de material genético, botijões de nitrogênio, contratação de serviços especializados e compra de reprodutores bovinos. O conjunto de ações tem permitido avanços significativos na produtividade dos rebanhos atendidos.
De acordo com o secretário da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária, Fábio Abreu, o programa tem contribuído para alterar a lógica produtiva da pecuária em diversas regiões do estado.
“O melhoramento genético resulta em animais mais produtivos, mais adaptados ao clima e com melhor retorno econômico. Isso fortalece a atividade e amplia a renda das famílias que vivem da pecuária”, destacou.
O Piauí + Genética atende tanto sistemas de produção de leite quanto de corte, com sêmen de raças como Nelore, Girolando, Holandesa e Gileiteiro. A escolha do material genético segue critérios técnicos, levando em conta as características produtivas e ambientais de cada região.
Além da inseminação artificial, o programa inclui diagnóstico reprodutivo, manejo adequado, orientação nutricional, capacitação dos produtores e acompanhamento das prenhezes. Essas etapas são consideradas fundamentais para garantir resultados consistentes e reduzir falhas no processo.
Para muitos produtores atendidos, o acompanhamento técnico contínuo representa uma mudança na forma de conduzir a atividade, com maior planejamento e controle dos indicadores produtivos.
Segundo o coordenador do programa, André Nogueira, os avanços observados até agora são resultado de planejamento e diálogo com as comunidades rurais.
“A inseminação artificial permite dar um salto na qualidade do rebanho. O trabalho que está sendo feito hoje terá reflexos nos próximos anos, com animais mais fortes, produtivos e competitivos”, afirmou.
A expectativa é que, com a expansão prevista para 2026, o impacto do Piauí + Genética se intensifique, consolidando uma nova fase da pecuária no estado, baseada em tecnologia, eficiência produtiva e maior sustentabilidade econômica.
Fonte: Cidade Verde


