Provedores de internet no Ceará suspenderam suas atividades em algumas regiões após ataques de uma facção criminosa, que incluem desde o corte de cabos de internet até incêndios em veículos e tiros contra as sedes das empresas.
Até agora, foram registrados oito crimes em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade, sendo seis deles na última semana. Pelo menos quatro empresas foram afetadas.
Trabalhadores do setor expressaram preocupação e temem o atual cenário. Nesta terça-feira (11), a Acnet, uma das empresas fornecedoras de internet, anunciou a suspensão temporária das visitas técnicas devido ao ataque ocorrido na noite de segunda-feira (10). Criminosos dispararam contra a fachada da empresa, situada no bairro Itambé, em Caucaia.
A Brisanet, provedora presente em mais de 200 cidades do Nordeste, também foi alvo de ataques. Na terça-feira (11), criminosos arremessaram pedras contra um veículo da empresa no bairro Capuan, em Caucaia. Além disso, no dia 6 de março, outro carro foi incendiado por um grupo criminoso no Conjunto Metropolitano, também em Caucaia.
A empresa afirmou que os ataques prejudicam a “continuidade dos serviços prestados aos clientes” e que está implementando protocolos de segurança para proteger seus colaboradores e equipamentos. Detalhes operacionais não foram divulgados por questões estratégicas da Brisanet.
Em Caridade, as empresas do setor interromperam as atividades e suspenderam a internet em todo o município à meia-noite de terça-feira (11), como forma de protesto após os ataques registrados na cidade. Não há previsão para a retomada dos serviços.
A Secretaria da Segurança Pública informou que está investigando a atuação de grupos criminosos contra as empresas provedoras de internet no estado. No último sábado, o Governo do Ceará criou um grupo especial para apurar os atos criminosos.
Prejuízo de R$ 1 milhão
Os ataques criminosos elevaram os custos operacionais das empresas de internet, com prejuízo superior a R$ 1 milhão em todo o estado, segundo uma fonte do setor. Em Caridade, por exemplo, cabos e caixas de internet foram arrancados na sexta-feira (7), deixando 90% dos moradores sem conexão.
Estima-se que as prestadoras da região tenham perdido pelo menos R$ 500 mil devido a materiais, mão de obra e cancelamentos.
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